11 julho 2007

Bolhas

stone

Agarro-me ao fio do tempo, esse frágil e fugidio cabo de aço, no qual colo as minhas fragmentadas vivências, bolhas de sensações, construindo a ilusória continuidade da vida como se tudo fizesse sentido.
Não há muita diferença (por vezes não há nenhuma) entre aquilo que aquilo É e o que pensamos que aquilo Seja. Passamos a vida a substituir realidades, da mesma subtil e eficaz forma que o boato ou a mentira-com-um-pouco-de-verdade ou ainda a verdade-com-um-pouco-de-mentira se instala.
Olho para o mundo, o meu mundo imediato, como se fosse um dominó com-sequência pouco controlável, que permite emparelhar o 2 com o 2,15 ou com o 1,87, dando sempre lugar a um acerto final.
Efectivamente, é no meu mapa de conflito pessoal, na minha zona de fronteiras, na minha (por enquanto) controlada multiplicidade, que reside a minha perigosa razão.


ps.(Estou cada vez mais hermético no meu discurso escrito. Imagino que pensem: "Está com a bolha!")

Sem comentários: