31 julho 2008
voltar a esperar
haworthia cooperii
Hercúlea é a tarefa, embora pouco a pouco conte com mais algumas ajudas.
Estou a esforçar-me para que aconteça um novo milagre, para fazer esquecer aquele que se desperdiçou.
Anseio Paz.
30 julho 2008
29 julho 2008
só mais um bocadinho...
O cansaço não me deixa dormir. Há quase duas semanas que odeio as noites e os fins de semana, porque é durante os dias úteis que se pode reparar este kafkiano equívoco. Espero vestir de outras cores as palavras de amanhã e de esperança as da próxima semana. Digo a mim mesmo "Aguenta só mais um bocadinho... só mais um bocadinho!"
Escrita
Acredito que aguentarei até ao fim, não sei se lhe sobreviverei.
(Desculpem-me este egoísmo aqui plasmado, mas seria injusto partilhar física e pessoalmente esta minha dor convosco. Poupo-me, poupando-vos. Fica assim, como se fosse um exercício de escrita)
28 julho 2008
Dou por mim...
Quando respiro fundo, faço-o a tracejado, quando me atrevo a sonhar, sonho a crédito.
Tenho a Fé dos náufragos.
26 julho 2008
As minhas desculpas... / My apologies...
17 julho 2008
Diferente
crassula perforata
Antevejo renovadas e tamanhas tarefas de reconstrução e reaprendizagem.
Correrá um rio, eu sei, até que secará, tornando-se num largo caminho-cicatriz. Quando chegarem novas provações, socorrer-me-ei da memória daquilo por que passei, para que assim me pareçam mais leves e o meu choro não passe de um brilhozinho nos olhos.
Aos quarenta e quatro anos, incontáveis são os baús e pesadas são as lembranças, mas estranho era se assim não fosse. Não posso nem quero ser um homem novo, mas sem dúvida que sou um homem diferente.
Ah... Vou rumar ao Sul, neste Fim de Semana!
16 julho 2008
Esperar
15 julho 2008
Life... as a hologram
Tenho anestesiada a parte direita dos lábios e também dessa parte o maxilar inferior. Fui ao dentista, cumprindo a minha revisão anual, e acabei por ter de tratar de uma pequena cárie (apenas visível ao RX), antes de que ela visse a luz do dia!
Ultimamente tenho a sensação de estar com um problema de "embraiagem" no discurso. Não que gagueje ou fale aos solavancos, mas a forma de encadeamento dos assuntos, relativamente à sua importância ou pertinência, é por vezes de tal maneira confrangedora, que chego ter pena dos meus interlocutores. Resta-me a esperança de que tudo isto seja apenas uma visão "um pouco" exagerada, porque efectivamente me sinto desfasado, e que não seja tão nefasta assim a minha acção.
Não sei quando nem onde poderei descansar, mas vou a caminho.
14 julho 2008
Fora do Jardim
Por incrível que pareça, nem mesmo o que me revolta, que me entristece profundamente, o que me magoa uma vez mais e sempre e sempre e sempre, me consegue surpreender. Numa primeira e, talvez, segunda análise, poder-se-ia pensar que pura e simplesmente se trata de masoquismo. Numa análise mais profunda... talvez se trate de uma outra patologia, relacionada com um qualquer patético e estóico sentido de dever samaritano, muito bem alimentado por quem dele uso foi fazendo.
Ia quase, quase a escrever de que "Precisava de uma grande carga de porrada!", mas carga de porrada já eu tenho levado ao longo de todos estes anos!! O que eu preciso mesmo é de DAR uma carga de porrada a quem tem usado e (ab)usado da minha boa vontade!
13 julho 2008
11 julho 2008
Não sabendo o que pensar...
Que fazer quando, com todo o costumeiro cuidado, se encontra um "estacionamento", se abranda, se faz pisca, se espera que alguém ceda a passagem e avança para o lugar e, sem se saber como, um motard aparece disparado e embate no nosso carro???
E se depois disso, ainda afirmam que a culpa é nossa, porque não fizemos "pisca" (mesmo que praticamente estejamos já na faixa da esquerda) e têm a preciosa ajuda de alguém que passa de carro e que por "mero acaso" também é motard e que afirma "eu também vi que não fez pisca! Ponha aí o meu nome como testemunha!"?!?!?!
Se tudo isto é "kármico", mais valia que se resolvesse tudo de uma vez.
Votos de continuação de Bom Fim-de-Semana!
10 julho 2008
Verão
Munições
09 julho 2008
Das duas... uma!
ferocactus latispinus
Todos sabemos que a natureza humana é pródiga em conseguir encontrar justificações para tudo o que faz, em conseguir sobreviver em condições realmente adversas e, mesmo em idade adulta, fantasiar como se a vida fosse um conto de fadas.
Em 1988, num dos papéis que pintei (Fevereiro ou Março - Série dos Palcos), escrevi: "Acreditar é um Acto de Coragem". Essa frase sempre me acompanhou, mesmo quando dela não tinha consciência. Nas inúmeras ocasiões em que caminhei junto aos precipícios, em que julguei que era mais do que sou, em que acreditar era uma obrigação, como se fosse um estigma, invisivelmente tatuado.
Agora sou mais rebelde e já descobri onde está a tatuagem, não acredito naquilo em que tem de se acreditar por obrigação e dou mais crédito à fantasia, dando-lhe corpo, chamando-lhe Vontade.
Vou caindo aos bocados, mas a raiva e o desespero junta tudo de novo e vou-me assim renovando, redescobrindo, transformando em... não sei quê!
De uma coisa não que queixo: Monotonia!
08 julho 2008
A Echeveria não tem culpa de nada
echeveria secunda
Faço um esforço para que o meu mundo não se contraia e não me asfixie, reduzindo-me ainda mais as raras saídas que ao longe vislumbro (eu sei, estou a exagerar na dramatização...). A verdade é que estou cada vez mais limitado, nos gestos, nos passos, no vocabulário e naquilo que sinto.
Eu sei que isto é um buraco, eu sei que consigo daqui sair, eu sei que não quero nem consigo sair enquanto alguém precisar de mim, eu sei que mesmo que me torne em nada, sobrevivo.
O coração é a cabeça e a cabeça é um lugar sem lugar. Aí, tenho escrito a palavra Inferno. Durante vários anos, não me faltou a formação: Seminários, workshops, conferências individuais, sempre na mesma área, mas a palavra foi-se adensando, cumprindo-se nela mesma, rindo-se de mim e do esforço que eu fazia para a afastar. Nisso, sinto-me injustiçado.
Não agradeço ao Universo esta maravilhosa possibilidade que me dá, de conhecer a natureza humana e de ter experiências que farão da minha alma uma entidade mais completa e sábia! Nem agradeço a "benesse" de ter emagrecido 10kg num mês e meio, não por estas razões!
Sei pouco, sei muito pouco!
(diz a sabedoria popular (ou sou eu que invento e depois digo que são os outros...) que: Se sabes que terás de pedir desculpa por alguma coisa que irás fazer... então não o faças! Mas.. desculpem-me, porque até eu estou farto de mim!!!!)
07 julho 2008
06 julho 2008
Eternidade
orange
Originally uploaded by paul glazier.
Cabe a eternidade num só dia e isso também pode ser horrível.
Na realidade (isto "na realidade" também tem muito que se lhe diga...), o que nos dá a sensação de eternidade das coisas, não é o seu factor temporal mas a sua intensidade. Trinta segundos de um terremoto é uma eternidade, um ano de amor é uma eternidade, seis meses de quimioterapia é uma eternidade, um beijo apaixonado pode parecer uma eternidade... e por aí adiante.
Devido à razão que irei enunciar, já não me lembro desde há quanto tempo perdi a noção do tempo, dos dias, dos meses, das semanas. Sei apenas que, algures, neste meu errático recente trajecto de curral, me perdi de mim mesmo... (corrijo: não me perdi, sinto-me apenas esquartejado. Sei quem sou e ainda não perdi o instinto de sobrevivência.) ...perdi sim a noção dos dias, das relações e do convívio.
Cada dia me parece eterno, cada dia me custa tremendamente a passar, estou permanentemente alerta e nem as pequenas e raras "quase-folgas" me iludem. Mais do que Ser, eu não queria Estar assim, acreditem, queria poder lutar com monstros menos traiçoeiros, que se mostrassem antes de atacar.
"Mais valia que ele se limitasse a colocar imagens de plantas e não nos sobrecarregasse com tanta chatice", pensarão alguns de vós (com alguma razão). Mas leiam isto como apenas um exercício(pateta) de escrita(pateta), eu(pateta) não fico melindrado.
05 julho 2008
Quase-folga
04 julho 2008
Bom Fim de Semana!
cotyledon undulata
A semana passou num instante e não sinto o característico entusiasmo pré-fim-de-semana. Ainda pensei em não colocar palavras junto a esta imagem, mas isso já se está a tornar demasiado frequente e tampouco me agrada. Também não é justo forçar @s amig@s a ler lamechices e lamentações. Que fazer?
Escrever, sem dizer nada, que é o que eu quase estou a fazer.
Olhando para mim, pareço uma lâmpada de baixo consumo, mas na verdade sou apenas uma lâmpada incandescente... desgastada. Resta-me a sanidade mental, que me permite olhar para esta divina comédia e rir-me das minhas próprias palhaçadas. O humor é um poderoso antídoto contra a desgraça e a miséria.
Desculpem-me a franqueza, mas...
Se eu algum dia enlouquecer permanentemente, matem-me!
03 julho 2008
Hippeastrum
Sementeira de Hippeastrum
Segundo li, as sementes de amarylis (Hippeastrum) devem germinar em água e, só depois de três semanas e de nascidas algumas raízes, ser cuidadosamente plantadas em ambiente húmido. No entanto, vi que foi desta forma que um conhecido meu as plantou e... achei graça! :)
02 julho 2008
Recuperar
Este sedum indicum recupera agora e parece estar no bom caminho, depois de uns meses debaixo de um "desconhecido-insecto-ataque" e de várias tentativas de tratamento (ainda agora não sei se fui eu ou foi a natureza quem ajudou a solucionar o problema).
Em Setembro de 2007 estava assim:
Apesar de já ter tido algumas baixas... Estes "bicharocos" compensam-me sobremaneira!
01 julho 2008
Demasiado
Lá diz a Voz do Povo que "tudo o que é demais... é moléstia!". Ter demais, pedir demais, receber demais, exigir demais, sofrer demais, gostar demais, dar demais... é mau.
Mas quem terá ou saberá a medida certa das coisas? Como pode um equilibrar o que o outro desequilibra? Onde estão os limites que futuramente nos servirão de auto-protecção?
Felizmente, melhoram-se os ânimos e inevitavelmente, acentuam-se os declives.
Interessa-me um final, um único, um bom, um definitivo. Só então poderei dar um rumo, nesta navegação à vista.
Apenas um pouco de água a mais e o caudex da imagem... começou a rachar. Espero que sobreviva.
Obrigado pela vossa presença!