27 junho 2007

Descalço

yellow hell

(preâmbulo)
Estamos presos às ideias, a uma particular concepção do mundo, que construímos a cada dia que passa. Entendemo-nos porque, mais do que dominar/entender a linguagem ou códigos linguísticos, fazemos uso do carácter simbólico do vocábulo ou da composição frásica.

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As coordenadas dos meus recentes dias têm oscilado entre o Inferno e o Purgatório, onde pontualmente sou presenteado com postais ilustrados, vindos do Paraíso. Sou abalroado pelos acontecimentos e sou obrigado a colocar à prova extrema a minha a paciência e dedicação, numa realidade que me parece mais um tortuoso e anestesiante exercício onírico. À medida que envelhecemos, vai-nos sendo mostrado o lado profundo e terrível do iceberg "Vida", onde vivem os monstros e as doenças, o desgosto e a desilusão. Felizmente para alguns, essa travessia é suavizada, sabe-se lá porque razão. Talvez precisamente pela mesma razão que justifica o seu oposto.


Deprimido? Não, apenas dorido.

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