27 julho 2009

pre-diário "Tempestades"

eucalipthus



Começam as coisas a fazer sentido e, como muitas outras vezes, não tenho a capacidade de convenientemente "verter" para papel ou outro suporte aquilo que concebo, tantas são as imagens, ideia e palavras que a minha cabeça me sugere.
É efectivamente um "estado nascente", apaixonado, que toma conta de cada partícula de mim. Não me chegará o tempo, embora o "tempo todo" me fosse demasiado, pois teria dificuldade em o saber bem aproveitar. Sou assim, um ser ecléctico que, por essa mesma prazenteirosa razão, facilmente se dispersa. A pressão faz-me bem, faz com que me foque nos assuntos essenciais.

Sou movido a vida.


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Reparo que me começam a faltar folhas deste pseudodiário onde escrevo e que é mesmo o momento certo de iniciar um novo, um diário a sério.
Já o tencionava fazer, não com um mas com dois, um para o projecto Tempestades e outro mais pessoal, que relatasse a "feitura" do próprio projecto.
É deveras interessante o facto de que nunca (ou quase nunca) conseguimos o grau zero da intimidade - tal como o Grau Zero da Escrita ou outro qualquer*...
Poderia ter vários diários, cada um relatando o outro, cada um mais intimista, mais "visceral" que o anterior. Surpreendemo-nos a nós próprios ao nos apercebermos de que a nossa intimidade tem sucessivas capas. No caso da obra de Arte, saber mais nem sempre é saber o que está dentro, mas o que está fora, o que está sucessivamente fora, o que não foi dito, mas lhe pertence, o que não parece lá estar, mas está e... por isso mesmo a enriquece: é esse um dos Seus "mistérios"!
Apesar de tudo, é o artista quem mais perto está da "omnisciência" no que diz respeito à sua criação (se delega noutros essa tarefa algo está...)

*(convém notar que tentar encontrar o Grau Zero de nós proprios é uma viagem deveras aliciante, arrebatadora, dolorosa e perigosa!)

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