11 abril 2007

Tela vazia

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Já há bastante tempo que me fascina a ideia de “terrenos vagos”*, do espaço por ocupar, do espaço completo de vazio, de possibilidade.
Nesta senda de tentar encontrar um caminho que, acima de tudo, me satisfaça e me dê a sensação e a ilusão de que estou a tirar algo de mim que me aumenta os horizontes, e perante a “angústia” da tela vazia, ocorreu-me de que aí, na tela, poderia tentar mostrar esse desafio, essa inquietação, esse desconforto.
A proposta “Tela Vazia” é uma ideia recorrente, transversal à obra de muitos artistas dos Séculos XIX e XX (possivelmente, até mesmo de séculos anteriores), e embora algumas questões sejam por todos partilhadas, a sua concretização física difere de autor para autor.
Tornando ainda mais lata a consideração de Ortega y Gasset, sobre a questão da “circunstância”, diria que, relativamente à “tela vazia”, o ambiente que a envolve, a facto de estar sujeita a um tempo e um espaço únicos, a torna numa testemunha-chave, numa entidade própria, autónoma, independente. Não querendo fazer a apologia do Determinismo, referirei apenas de que nós somos essencialmente a nossa circunstância. Nessa medida, só conseguirei ser aquilo que sou já, a não ser que tente mudar algumas das minhas circunstâncias!
Mesmo que nada faça nesse sentido, o conceito agrada-me!


*tema a que voltarei mais tarde.

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