19 maio 2009
Lindas são as Pessoas*
Passamos a vida inteira a tentar perceber o Sentido das Coisas. Quando essa tarefa se torna difícil ou, praticamente impossível e para a sobrevivência da nossa própria sanidade mental, optamos por (às coisas) lhes inventar Sentidos, para-Sentidos, uma espécie de Sentidos paralelos àqueles que julgamos serem os verdadeiros, aos que julgamos poderem talvez existir.
Emocionalmente, vamos descobrindo que, nas nossas vidas, é o pequeno e simples que possui um carácter vital, que nos garante estabilidade e segurança. São as pequenas coisas, os pequenos gestos, o quotidiano, aquilo que mais nos estrutura.
Na realidade, não existe nada mais compensador (e simultaneamente egoísta) do que a generosidade em aceitar o outro, na sua idiossincrasia, na sua diferença, no seu único e sublime papel de ser aquilo que nós também somos para ele, simultaneamente alternando de identidade, permitindo e percebendo que somos o Outro do Outro, eternamente um Outro Moebius.
Perdemos o equilíbrio a partir do momento em que o começamos a menosprezar, em que "o deixamos cair", embora muitas das vezes o estrago dessa decisão só se venha a revelar na sua plenitude e irreversibilidade muito tempo depois, quando o tempo já é das poucas coisas que importam e os outros já nem ao longe se conseguem avistar.
Dar, no seu sentido mais lato, deveria ser um gesto diário, um modo de respirar fundo, uma forma de dizer ao(s) outro(s) que construir é um acto conjunto e solidário.
*Adorável expressão, utilizada por alguns dos meus Flickr-amig@s
(as suas fotos são magníficas!)
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